As novas Tecnologias da Informação e das
Comunicações (TICs) tem favorecido um crescimento muito rápido da Educação a Distância (EaD) em todas as partes do mundo. Esta nova modalidade educativa
proporciona uma ampla perspectiva sobre a democratização da Educação,
expandindo e dinamizando o acesso ao conhecimento, as oportunidades laborais e
aprendizagens para a vida.
A EaD
se configura como uma inovação que requer um perfil proativo do educando, uma
vez que este constrói seu conhecimento, com flexibilidade quanto ao ritmo, tempo,
espaços, uso de mídias, linguagem e processos de desenvolvimento de
habilidades, competências, atitudes e hábitos de estudo. Trata-se, portanto, de
uma opção importante para a formação continuada, aceleração profissional e
oportunidade de conciliação entre estudo e trabalho.
Toda
novidade e mudança gera desconforto e desconfiança, sendo assim no campo
educacional isso não ocorre de modo diferente. O modelo de EaD rompe com o
tradicionalismo, sobretudo quando a relação professor-aluno que passa ser
construída por meio de um processo de mediação, que acontece na maior parte do
tempo à distância, mas não de forma menos eficiente quanto ao suporte e atenção
às necessidades do aprendiz, que interage com professores e tutores ao longo de
todo curso. As críticas existentes dizem
respeito principalmente a separação entre professores e alunos, justamente por
uma hipotética situação que afeta as relações de ensino e aprendizagem.
Entretanto, o que se observa, com a expansão de cursos EaD, é que a distância
física, e muitas vezes atemporal, também ocorre nas aulas presenciais, já que
muitas vezes o aluno está presente na aula, mas ligado em outras atividades,
seja conversando, usando o celular ou Internet, entre outros. Esse fenômeno é
chamado de distância transacional, e reforça a ideia de que o modelo
apresentado ao contrário do que se pensa envolve os sujeitos numa ação
participativa e integrada, tornando o aproveitamento de estudos, bem como a
qualidade de ensino, significativamente relativos ou superiores aos moldes
tradicionais.
No Brasil há uma grande defasagem no campo
educacional, de modo que os cursos EaD tem contribuído, apesar da recente
explosão de oferta e procura, positivamente com muitas áreas, como por exemplo:
educação continuada, treinamento em serviço, formação supletiva e/ou
profissional, qualificação docente, especialização acadêmica, complementação
dos cursos presenciais, entre outros.
Em geral, os cursos EaD são atrativos e
dinâmicos, permitindo ao estudante inúmeras possibilidades de exploração em
atividades síncronas, como participação em Chat, videoconferências,
webconferências, mundos virtuais, games multiusuários e outros, e/ou em atividades
assíncronas, como fóruns, exercícios, questões desafiadoras, desenvolvimento de
projetos, web quest e outros. Ainda, os cursos contam com um sistema de gestão
e operacionalização específicas, além de produção e desenvolvimento de
materiais intencionalmente organizados para fins didáticos.
Diante do exposto, pensar um conceito em
Educação a Distância implica em refletir sobre as mais diversas possibilidades
que o universo tecnológico nos oferece atualmente, inclusive quanto a
convergência de mídias. Vivemos uma explosão de mudanças, tanto na acomodação
das gerações advindas dos modelos tradicionais de Educação, quanto das novas
gerações, chamadas de gerações nativas, cujo domínio das ferramentas tecnológicas
se processam com uma funcionalidade natural e própria das gerações
contemporâneas.
São muitos os desafios que se colocam a
frente do compromisso ético de se educar a distância, o qual esteja longe de um
processo massificador, mesmo sendo direcionado para uma contingência de grandes
proporções. Essa transmutação tecnológica nos leva a conquista de novas
linguagens, novos aspectos culturais, pedagógicos, operacionais, financeiros,
de gestão, criatividade e formação profissional para lidar com a diversidade do
mundo virtual.
Enfim, sem a pretensão de esgotar os primeiros
passos de conhecimento sobre o tema, esperamos superar as dificuldades ainda
existentes no contexto de acesso as TICs, com o intuito de construir caminhos
inovadores na busca pela qualidade de ensino, valorizando as ferramentas da EaD
e seus fins para todo o sistema educacional brasileiro.
Texto escrito por Eliane Morais de Jesus Mani
Outubro/2013